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Sobre seu rosto uma considerável camada de pasta d'agua
Aquela que ela usa para seus espectáculos
A palhaça do circo sem futuro Logo se desgastava
Pois enquanto no palco da vida sorria e a todos desejava a plena felicidade
Por dentro se corroía de pensamentos ruins e indiscretamente destinados a algo
E quando por um susto seu companheiro de bordo no banheiro a encontrou
Toda vestida de noiva e nos pulsos escrito com o sangue tirado do seu coração
O nome dos filhos que gostaria de ter e o nome de uma certa paixão
Resolveram tirar-lhe a mascara de cor branca e o nariz de palhaço vermelho maçã
E ao se deparar com suas olheiras,olheiras enormes
Olheiras de lágrimas,de seus prantos de madrugada
E quando na autopsia final Lhe foi dado o veredicto
Triste palhaça sem destino
De tanto ficar a pensar
E varar noites sem dormi
Coitada Lica
Por causa de suas olheiras Morria...Pois seus olhos caiam e toda sua face já cobria e é por que ela escondia por debaixo da pasta cor de parede as olheiras que as prendia, as olheiras lhes taparam as narinas e a coitada que chorava antes de dormir... por final parou de sorrir!




PaLhAçA dO cIrCo sEm FutUrO